INCLUSÃO
Matrículas de cursos de Libras têm alta procura e atraem público diversificado
Texto de Ana Carolina Lima
Na manhã desta quinta-feira (24), o Centro de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) recebeu grande contingente de interessados no curso Básico 1 de Libras. A procura foi tanta que o número de candidatos em busca da matrícula ultrapassou a quantidade de vagas ofertadas. Antes das 9h, as 200 fichas equivalentes ao quantitativo de matrículas já havia sido distribuídas entre os presentes.
De acordo com a diretora-geral da instituição, Flávia Barboza, mais de 250 pessoas se dirigiram ao CAS para realizar a matrícula no curso de Libras. Para a gestora, o alto número de interessados é positivo, pois mostra que houve uma ampliação no olhar da população para a inclusão de cidadãos com deficiência auditiva.
“Todo ano, o número de pessoas que vêm realizar a matrícula para nossos cursos é alto, mas, este ano, a busca foi ainda maior. Outro fato curioso é que pessoas de cidades circunvizinhas à capital também nos procuram para que possam aprender a linguagem de sinais. Essa alta procura faz com que a gente perceba que a sociedade alagoana possui uma vontade cada vez maior de romper as dificuldades que a população surda enfrenta no dia a dia”, conta a diretora.
Eshilley Paulino foi com um grupo de amigos para realizar sua matrícula. A adolescente de 16 anos diz que sua principal motivação para se matricular no curso de Libras foi o convívio que tinha com colegas de classe com deficiência auditiva. Segundo ela, estudar com quem necessita se comunicar por meio da linguagem de sinais fez com que despertasse em si a vontade de trabalhar como intérprete de Libras.
“Decidi me matricular porque vejo a Libras como uma coisa que vai ser muito utilizada nos próximos anos, principalmente dentro das escolas que precisam acolher alunos surdos, de forma que haja uma melhor interação tanto entre os próprios estudantes, quanto com os professores para passar o conteúdo aos alunos que necessitam de uma linguagem específica. Outro motivo para que eu decidisse me matricular foi a vontade de ser intérprete no futuro”, relata Eshilley.
Turmas especiais - A oferta de cursos de Libras no CAS não se restringe apenas aos módulos básicos. Atualmente, a instituição possui turmas especializadas no ensino de Libras para professores, integrando a linguagem de sinais à atuação dos educadores, e turmas de surdos universitários, para ajuda da aprendizagem no ensino superior. Para o futuro, gestão e equipe pedagógica estudam a criação de turmas para escoteiros, cursos voltados para policiais militares e turmas para agentes de saúdes.
“Nosso objetivo ao criar turmas voltadas para conhecimentos específicos é facilitar a interação entre esses profissionais e a comunidade surda”, informa a diretora-geral, Flávia Barbosa.
Outra oportunidade – Para quem não conseguiu se matricular no CAS, a Seduc vai ofertar vagas de cursos de Libras também na Escola Estadual Tavares Bastos, localizada próximo à Praça Centenário, no Farol. As inscrições acontecem próxima segunda (28), de forma presencial. Os interessados devem comparecer à unidade nos horários de 8h às 11h ou de 13h às 17h, munidos de foto 3x4, RG, CPF e comprovante de residência (originais e cópias).
A instituição conta com 150 vagas nos cursos de Libras, sendo 100 para o Básico 1 e 50 para o Básico 2. As aulas na Tavares Bastos acontecem uma vez por semana no período noturno (de 19h às 21h30), tornando-se uma opção para interessados que não dispõem dos horários diurnos para aprender a linguagem de sinais.
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