terça-feira, 6 de agosto de 2019

SEGUE A DICA...

Estratégias para motivar os alunos na aprendizagem



Todo professor procura motivar seus alunos para que estes se interessem pelas aulas.
Ou para que estejam atentos, participem, apresentem comportamentos adequados e obtenham bons resultados escolares.
Mas isso nem sempre é fácil.
A desmotivação dos alunos podem tem diferentes causas.
Alunos que estão desmotivados porque têm dificuldade em aprender, alunos  desmotivados porque acham irrelevante aprender, alunos desmotivados porque acham chato aprender.
Por isso trazemos estratégias para motivar os alunos em cada uma dessas situações.

Como motivar quando a desmotivação é consequência da dificuldade em aprender

No caso da desmotivação ser consequência do insucesso repetido é  fundamental promover cognições motivacionais positivas relacionadas com a autoeficácia.
O que você professor, pode fazer para motivar estes alunos:

  • Construir relações tranquilas e de suporte na sala de aula

O processo de ensino aprendizagem ocorre no contexto de uma relação interpessoal entre um professor e um aluno.
A qualidade desta relação tem necessariamente repercussões ao nível da qualidade da aprendizagem.
Além disso, os alunos com insucesso repetido experienciam sucessivamente emoções negativas.
O que reforça a necessidade de um contexto relacional de aprendizagem tranquila.
Isto implica a reflexão sobre a qualidade das relações  pedagógicas que cada professor estabelece com cada aluno.
Quanto mais segurança o aluno sente com o professor melhores são as chances de sucesso.

  • Fornecer feedback claro e detalhado

O feedback fornecido ao aluno deve ter como objetivo o desenvolvimento das suas competências e aptidões.
Ou seja, sobre os aspectos que o aluno deve desenvolver, melhorar e corrigir.
E preciso ser claro na forma como o aluno deve proceder.
No entanto, o feedback  deve ser também focado nos aspetos em que o aluno já é eficaz.
O professor deve enfatizar tanto as  dimensões a trabalhar ou corrigir, como as dimensões em que o aluno já é bem sucedido.
Ao enfatizar e reforçar os aspetos positivos, o aluno reforçará a confiança própria.
E consequentemente tenderá a manter a persistência e envolvimento.
O feedback é particularmente  relevante, uma vez que neste caso se tratam de alunos com dificuldades em aprender, que  experienciam várias vezes o fracasso, necessitando por isso de mais reforço positivo relativo aos progressos.
Chamamos ainda a atenção para feedback valorativos como “Muito bem!” são  positivos mas muito pouco produtivos.
O que importa é detalhar e especificar o que é que o aluno fez muito bem.

  • Proporcionar tarefas que permitam ao aluno ser bem sucedido

Tratando-­se de alunos com dificuldades na aprendizagem, é importante proporcionar situações em que o aluno possa experienciar sucesso.
Isso significa que, ás vezes é necessário ajustar o nível de exigência da tarefa à capacidade real atual do aluno em questão.
Ter sucesso ajuda o aluno recuperar a confiança e aumenta a motivação.
Confiança e motivação, por sua vez  aumentam o empenho e consequentemente, o sucesso.
Importante ressaltar que, planejar atividades em que o aluno tenha sucesso não significa desconsiderar a complexidade dos conteúdos.
A questão abordada neste tópico relaciona-se com a  heterogeneidade dos alunos.
Ou seja, diferentes níveis diferentes de compreensão dos conteúdos, em diferentes tempo.
Nem todos os alunos, num mesmo nível de escolaridade têm o mesmo nível de  raciocínio abstrato ou cálculo mental.

  • Proporcionar oportunidades de autorregulação

É essencial não perder de vista que o objetivo do ensino é o aluno aprender.
Isso implica  que o aluno consiga gerir o seu próprio processo de aprendizagem.
É importante que se promova continuamente a autorregulação da aprendizagem naturalmente necessária ao processo de  aprendizagem.
Ou seja, situações em que se estimula explicitamente no aluno o esforço, a ação estratégica e o papel atuante na aprendizagem.
Assim, é  fundamental criar situações em que o aluno possa desenvolver autonomia.
Se o professor diz sempre ao aluno o que fazer, sem nunca o questionar sobre o que  acha que deverá fazer, por exemplo, então cada vez mais aumenta o controle por parte do professor e diminui a autonomia por parte do aluno.

  • Reconhecer as emoções negativas vivenciadas em contexto escolar

As dificuldades de aprendizagem e o insucesso implicam necessariamente consequências emocionais negativas, como a frustração, a raiva ou a tristeza.
É frequente estes alunos  verbalizarem constantemente “não sei”, “não sou capaz”, “não consigo”.
Nestas situações, muitas  vezes o professor contrapõe, afirmando que o aluno consegue: “Claro que consegue!”.
Obviamente que  a expectativa positiva do professor relativamente à capacidade do aluno é muito importante.
Mas muitas vezes esta postura acaba por ser um bloqueio ineficaz à expressão emocional do aluno.
Além  disso, mais do que ouvir que é capaz, o aluno precisa de experienciar que é capaz, daí a necessidade de promover oportunidades de sucesso mencionada anteriormente.
Assim, quando o aluno expressa estas emoções negativas em consequência do fracasso e da dificuldade, mais do que  negá-las (ou hipervalorizá-­las), é mais eficaz, por exemplo, remeter o aluno para uma  situação de sucesso.
Dando feedback de aspetos positivos, ou conduzindo-­o a tentar de novo a realizar a tarefa ajustando as estratégias utilizadas.

  • Valorizar mais o esforço que o resultado.

Valorizar mais a qualidade e não tanto a quantidade.
É esperado que os alunos com dificuldades no processo de ensino aprendizagem evidenciem resultados escolares mais fracos, e em termos de ritmo sejam alunos mais  lentos.
Se o padrão de valorização continuar a ser o resultado em si mesmo e a quantidade  de tarefas cumpridas, estes alunos, continuarão numa inevitável situação desfavorável.
O que compromete cada vez mais os índices motivacionais destes alunos.
É importante que o foco de valorização seja cada vez mais, sempre que possível, o nível de esforço, empenho e a qualidade do seu trabalho.

  • Evitar comparar os alunos

Pais e professores tendem a comparar os filhos e alunos com outros.
Ainda que tenha a intenção de motivar: “Na tua idade, o teu irmão já fazia isso” ou “Já todos acabaram menos você”.
Esse tipo de comparação tende a provocar reações negativas além de revolta e injustiça.
Os alunos naturalmente tendem a se comparar entre si.
Exemplo disso é a necessidade dos alunos compararem o seu resultado de um teste com os  resultados dos colegas no mesmo teste.
É mais produtivo encorajar os alunos a analisar a  sua própria evolução.
Ou usar tarefas, reforços e avaliações que promovam a aprendizagem, esforço, progresso e superação pessoal.
E não a comparação social ou com valores estandardizados.

  • Evitar a todo o custo o desânimo

Obviamente que qualquer professor que esteja lendo estas estratégias se deparará com o clássico e  complexo problema da diferenciação pedagógica.
Seria fácil, se os processos de ensino aprendizagem não acontecesse no contexto de turmas com um número  bastante elevado de alunos.
A solução para este problema encontra-se numa eficaz hierarquia  de prioridades.
Com programas extensos a cumprir, motivar alunos, para além de corresponder a uma  dimensão do currículo oculto, é muitas vezes uma tarefa que passa para segundo plano.
O que é  legítimo em muitas situações.
No entanto, será também um critério legítimo para priorizar a estimulação da motivação de determinado aluno, quando este se encontra a evoluir para um quadro de  desânimo.
Sem gasolina, o carro não  anda nada.
Investir na motivação dos alunos é “ganhar tempo” e não “perder tempo”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário