O PERIGO DA PREMIAÇÃO...
Por: marina melo
Premiar alunos por boas notas...
Ao atribuir recompensas àqueles que atingem médias altas, a instituição tira o foco do aprendizado.
Troféus, certificados, passeios e filmes. Esses são alguns dos recursos utilizados para presentear quem vai bem nas provas. Entretanto, ao associar boas notas a premiações pode-se inibir o aprendizado e a valorização do conhecimento.
Cipriano Carlos Luckesi, especialista neste tema, ressalta que o caráter classificatório das avaliações escolares brasileiras contribui para a cultura de recompensas. "A premiação não sustenta a aprendizagem de todos, apenas exalta os que ficam nos primeiros lugares de uma escala classificatória. Dessa maneira, ela nem diagnostica nem intervém para a busca da melhoria", afirma.
Para evitar que isso ocorra, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, definiu que a avaliação do aluno seja realizada de maneira contínua e cumulativa, priorizando os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e os resultados ao longo de um período em vez das notas finais.
Rita Gallego, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), acrescenta que o desempenho do estudante também é avaliado em atividades do dia a dia, que não valem nota. Com elas, o professor consegue caracterizar as dificuldades apresentadas. E após essa análise são propostos encaminhamentos para cada aluno.
"As atividades avaliativas precisam ser entendidas como momentos de aprendizado e não somente de tirar notas", diz Rita.
"Os gestores são primordiais para que essa mudança de perspectiva aconteça. É importante realizar estudos que discutam a função da avaliação e levar em conta a formação dos docentes, a faixa etária atendida e as concepções institucionais."
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